Chocolate: 5 perguntas frequentes

Por À Roda da Alimentação

O chocolate é adorado pela maior parte das pessoas, sendo um deleite sem o qual muita gente não consegue viver, como se um simples quadradinho pudesse conter uma pequena dose de felicidade.

Com algumas cautelas, esta ideia não anda assim tão longe da verdade. Uns dizem que o chocolate faz bem, outros defendem que não é importante para a saúde. A verdade é que, entre os benefícios e as desvantagens, há cinco aspetos que deve saber acerca deste alimento milenar, integrando o seu consumo num estilo de vida ativo e saudável, com uma alimentação completa, variada e equilibrada.

A origem do chocolate

O cacaueiro, a árvore que dá origem ao fruto chamado cacau, foi cultivado pela primeira vez há 4000 anos pelos Maias e os Astecas. O chocolate é produzido a partir da semente do cacau, e as diferenças que existem entre os vários tipos de chocolate que encontramos no mercado devem-se precisamente às discrepâncias na concentração da quantidade de cacau. Há muitos tipos de chocolate que resultam de um aperfeiçoamento sofisticado do processo de fabrico – chocolate preto, chocolate de leite, chocolate branco, com aromas, com frutos secos, com recheios variados, com recheio, entre muitos outros e para todos os gostos. A maior parte vende-se ainda em tabletes clássicas, mas há lojas especializadas que fazem verdadeiras obras de arte de chocolate num universo inesgotável. Entre tanta variedade, pode ser difícil escolher, mas afinal é mais simples do que parece.

Que tipo de chocolate terá mais benefícios nutricionais?

O chocolate é um alimento com elevado teor calórico – 100 g de chocolate de leite contêm em média 546 kcal, enquanto 100 g de chocolate para culinária têm um valor calórico mais baixo, 500kcal ou um pouco acima consoante o tipo e a percentagem de cacau. Considerando essencialmente os três tipos de chocolate mais comuns – o chocolate de leite, o chocolate preto e o chocolate branco – é importante ponderar as diferenças entre os seus ingredientes e o seu valor nutricional. O chocolate de leite tem uma percentagem de cacau bastante mais baixa relativamente ao chocolate preto. Por outro lado, o chocolate branco simplesmente não contém cacau. Os benefícios relativos ao consumo de chocolate estão ligados à versão mais pura, ou seja, com maior percentagem de cacau. Assim, o chocolate preto é o mais benéfico para a saúde.

Quais são os benefícios do chocolate?

Na composição do chocolate há uma quantidade considerável de gordura e de açúcar. No entanto, o chocolate tem benefícios que estão ligados ao teor de cacau e ao teor de polifenóis e flavenoides – substâncias antioxidantes que desempenham um papel importante na prevenção de doenças cardiovasculares, na obesidade, na diabetes, na atividade anti-inflamatória, na prevenção de alguns tipos de cancro e até das doenças neurodegenerativas. Bebidas como sumo, chá, café e vinho tinto contêm-nos em quantidades consideráveis, assim como algumas hortícolas, frutas e outros alimentos, além, claro, do próprio chocolate. Outro benefício deste alimento está associado à teobromina e à teína – substâncias semelhantes à cafeína –, que exerce um efeito estimulante no organismo e ajuda na concentração. Por essa razão também é considerado um bom alimento energético

O chocolate pode estar relacionado com a sensação de bem-estar?

O aminoácido triptofano que está presente no chocolate contribui para a produção de serotonina, o neurotransmissor da felicidade, da sensação de prazer e do bem-estar.  Por esta razão, o consumo de chocolate está ligado à impressão de contentamento, que diz respeito não apenas ao prazer de o saborear, mas também ao seu efeito no organismo.

Podemos incluir o chocolate na alimentação diária?

Consumido com moderação, o chocolate pode fazer parte da alimentação diária. Não existe uma quantidade recomendada para o nosso quotidiano devido às variações de pessoa para pessoa, nomeadamente características como o sexo, a idade, o nível de atividade física e objetivos individuais, entre outros fatores. Em termos médios e num ritmo de vida normal, considera-se razoável uma porção entre os 10 e os 25 gramas, ou seja, cerca de 1 a 2 «quadradinhos» de uma tablete, uma «barrita» ou um bombom. Se a atividade física de uma pessoa for relevante, a ingestão de chocolate pode ser aumentada.

O chocolate é viciante?

A sensação de bem-estar desencadeada pela libertação de neurotransmissores pode estar associada à «necessidade» de consumo deste alimento e ao sentimento de prazer que proporciona. Além do aroma e do sabor delicioso, o chocolate tem uma série de substância químicas psicoativas que parecem, literalmente, dar mais sabor à nossa vida.

Fonte: Associação Portuguesa dos Nutricionistas | www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt

Autor

À Roda da Alimentação