A localização de Portugal ao longo da costa atlântica e do mar Mediterrâneo deixa-nos numa posição particularmente privilegiada: além de termos peixe fresco de excelente qualidade, a oferta é vasta e variada. Na ligação histórica que temos com o oceano, saiba como é atualmente o consumo de peixe em Portugal e por que razão devemos comê-lo com regularidade.
Artigo atualizado a 4 de agosto de 2023
Desde os Descobrimentos até à atualidade, sempre fomos um país não só de marinheiros mas também de pescadores, com uma atividade tão importante para a economia – com muitas comunidades costeiras a depender da pesca para a sua subsistência –, mas também para a cultura gastronómica do país.
Podemos considerar-nos um povo que gosta verdadeiramente de pescado e que tem a sorte de o poder consumir com altos níveis de qualidade. Entre as nossas preferências estão a sardinha, o carapau, o polvo, a pescada, o peixe-espada, o robalo e a dourada, entre outros. Quanto ao nosso «fiel amigo», assim designamos o bacalhau, é oriundo sobretudo dos «mares do fim do mundo» – mais precisamente das águas frias da Noruega, da Rússia, da Islândia, do Canadá e do Alasca.
Benefícios do peixe na alimentação
Para aqueles que dizem que «o peixe não puxa carroça» por ser de digestão rápida e fácil, é sempre bom lembrar que, além de ser importante para a economia e para a cultura do país, tem muitos benefícios para a saúde, devendo fazer parte de uma alimentação equilibrada com a moderação que todas as coisas requerem:
- É uma fonte de nutrientes, com proteína de alta qualidade.
- Contém vitaminas, nomeadamente vitamina B e vitamina B 12.
- É rico em minerais.
- Diminui o risco de doenças cardiovasculares e a tensão arterial.
- É muito rico em ácidos gordos ómega-3 – do qual falaremos de seguida.
Benefícios dos ácidos gordos ómega-3:
Os ácidos gordos Ómega-3, uma gordura saudável que se encontra sobretudo em algumas sementes e alguns tipos de peixes para comer como salmão, sardinha, cavala e atum, é essencial para a saúde do cérebro, do coração e do sistema circulatório, ou seja, para a saúde em geral:
- Diminui os riscos de doenças cardiovasculares, uma vez que reduz os triglicéridos no sangue, aumenta o «bom colesterol» (HDL) e diminui o «mau colesterol» (LDL).
- Reduz o risco de doenças neurodegenerativas e o declínio mental com o avançar da idade. Há estudos que defendem também a sua importância no tratamento de transtornos de ansiedade e de depressão.
- Aumenta a concentração e a memória, desenvolvendo a capacidade cerebral e visual das crianças, bem como o seu desempenho cognitivo.
- Devido às propriedades anti-inflamatórias, pode atenuar a psoríase e o eczema.
Dicas para comer peixe de forma mais sustentável
Segundo dados da Organização da Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, Portugal é o primeiro consumidor de peixe na Europa e o terceiro no mundo. Consumimos uma média de 55 kg de peixe por pessoa anualmente, o que representa mais do dobro da média europeia. No entanto, aquilo que é um motivo de orgulho – há quem diga que temos o melhor peixe do mundo – pode ser também um problema. Eis algumas dicas para comer de uma forma mais sustentável, que garanta a biodiversidade e a preservação dessa fonte única de vida que são os oceanos:
- Varie o mais possível as escolhas de pescado em vez de comprar sempre as mesmas espécies.
- Tome em consideração o tipo de pesca utilizada e opte por pescado capturado com recurso a técnicas mais sustentáveis.
- Coma as porções recomendadas e adequadas às suas necessidades.
Bom apetite!
Autor
À Roda da Alimentação