Uma alimentação completa, variada e equilibrada é importante para o crescimento e o desenvolvimento de qualquer pessoa. No entanto, as crianças diabéticas precisam de cuidados suplementares para controlar a doença e para melhorar a qualidade de vida. Conheça alguns conceitos importantes e o segredo para fazer escolhas mais saudáveis.
O que é a diabetes e quais os tipos de diabetes?
A diabetes é uma doença crónica na qual o valor da glicose – um hidrato de carbono simples que o nosso organismo utiliza como fonte de energia – atinge um nível demasiado elevado no sangue; este nível elevado de glicose no sangue chama-se hiperglicemia.
Quando acontece o inverso e o nível de glicose no sangue está demasiado baixo, diz-se que há uma hipoglicemia, o que pode diminuir a agilidade mental, a capacidade de concentração e levar à perda de controlo sobre o corpo, que, sem glicose, não consegue funcionar normalmente. Através do controlo da glicemia, ou seja, dos níveis de glicose no sangue,é possível reduzir sintomas e prevenir complicações, o que facilita a vida normal da criança na escola e com a família.
Diabetes tipo 1 e 2
O excesso de glicose no sangue pode ocorrer por duas razões, e ambas estão na origem de dois tipos de diabetes:
- As células do pâncreas não produzem insulina (são destruídas por autoimunidade) ou produzem-na em quantidade muito insuficiente, o que torna indispensável o uso alternativo de insulina. Neste caso, trata-se da diabetes tipo 1, uma doença auto-imune, aquela em que a criança (ou o adulto) é insulinodependente.
- As células do Pâncreas produzem insulina mas existe um problema metabólico em que o organismo não corresponde a esta hormona e torna-se resistente à sua ação, o que pode levar à necessidade de terapia farmacológica. Neste caso, temos a diabetes tipo 2, para a qual a alimentação, estilo de vida e a redução do peso são particularmente importantes. Atualmente, verifica-se um aumento alarmante da diabetes tipo 2 na camada mais jovem.
Como controlar a diabetes?
Além da medicação oral e do exercício físico, a alimentação é essencial no controlo desta doença, porque permite manter os níveis de glicemia dentro dos limites. Tal como acontece com outras crianças, é importante fazer da alimentação e das refeições um momento de prazer, que deixa uma sensação de satisfação.
Em tempos que já lá vão, quaisquer alimentos com açúcar eram excluídos da alimentação de um diabético, enquanto os hidratos de carbono estavam muito restritos. Atualmente, porém, considera-se que o mais importante é fazer uma alimentação completa, variada e equilibrada, que respeite os princípios da Roda dos Alimentos. Assim, não existem alimentos proibidos, existem apenas alimentos que devem ser consumidos com maior moderação e consciência para controlar a glicemia.
Conselhos para controlar a glicemia
- Aprender a ler os rótulos das embalagens; os rótulos têm os ingredientes que compõem o alimento e a informação nutricional do produto (valor energético, quantidade de proteínas, hidratos de carbono, dos quais açúcares, gorduras, fibra, vitaminas e sal).
- Fazer as refeições a horas certas para obedecer ao «esquema de insulina».
- Comer várias vezes por dia, pelo menos de 3 em 3 horas.
- Aprender a controlar a quantidade de alimentos a ingerir numa refeição (usando copos doseadores ou uma balança, se necessário fazer contagem de HC por refeição).
- Ganhar o hábito de mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão, aumentar a saciedade e prevenir a subida rápida da glicemia.
- Escolher fontes de hidratos de carbono complexos, como pão integral ou de mistura, arroz e massa de preferência integrais, quinoa e batata.
- Variar nos hortícolas, escolhendo cores diferentes para ingerir diversos compostos antioxidantes.
- Evitar seriamente o açúcar; contém «calorias vazias» que fornecem energia, mas sem vitaminas, minerais nem outros nutrientes importantes. As exceções devem ficar para as ocasiões especiais, desde que não se esteja em jejum ou não se tenha excesso de peso. A melhor altura do dia para uma guloseima é depois de uma refeição completa, como sobremesa.
- Consumir proteínas de elevado valor biológico, que existem sobretudo nos alimentos de origem animal, particularmente no leite, nas carnes magras, como a carne de aves e nos ovos. As leguminosas também são uma boa fonte de proteína vegetal.
- Ter cuidado com as gorduras, preferindo as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas como as dos frutos oleaginosos, do azeite e do abacate, que contribuem para o aumento do «bom colesterol». É aconselhável comer 2 porções de peixe gordo por semana (atum, sardinha, cavala, salmão). Para cozinhar, o azeite é a gordura ideal; em termos de confeção, nada melhor do que grelhados, assados com pouca gordura e cozidos.
- Comer diariamente alimentos ricos em fibra – além de reduzirem a glicemia depois da refeição, diminuem também o colesterol, aumentam a saciedade, ajudam a controlar o peso e regulam o bom funcionamento gastrointestinal. As frutas e os hortícolas, bem como o pão integral ou de mistura, os cereais completos e as leguminosas, são excelentes fontes de fibra.
Fonte: APN
Autor
À Roda da Alimentação