O complexo articular do ombro é conhecido por ser a articulação mais móvel do corpo humano, mas também é aquela que tende primeiro a calcificar (processo que decorre do envelhecimento natural). Se vai começar a treinar, previna futuras lesões. Explicamos-lhe como poderá fazê-lo.
Publicado 14/12/2023
Complexo articular do ombro
O complexo articular do ombro engloba cinco articulações (glenoumeral, subacromial, escápulo-torácica, esternoclavicular e acromioclavicularenta) e permite uma variedade de movimentos do membro superior:
- Extensão – elevação do braço para a frente.
- Flexão – levar o braço para trás.
- Abdução – elevar o braço na lateral.
- Adução – levar o braço para o lado do corpo.
- Rotação interna e rotação externa.
Para o funcionamento adequado desta estrutura complexa, que envolve um equilíbrio sensível entre mobilidade e estabilidade, deve existir uma colaboração entre os estabilizadores passivos (ligamentos) e ativos (músculos).
Os ligamentos desempenham um papel fundamental na estabilidade do ombro e ajudam a manter os ossos no lugar, limitando o movimento excessivo das articulações. Já os músculos garantem a mobilidade e a estabilidade do ombro e do membro superior e dividem-se em 3 grupos: músculos axioapendiculares anteriores, axioapendiculares posteriores e escapuloumerais.
Causas das lesões no ombro
As lesões no ombro estão frequentemente associadas a má técnica, fadiga ou a um programa de treino excessivamente intenso. Um dos motivos para a atual taxa elevada de lesões no ombro entre os praticantes de treino de força parece estar ligada à existência de indivíduos com idade mais avançada a praticar este tipo de treino. As articulações envolvidas no complexo articular do ombro não estão, pela sua morfologia, devidamente preparadas para suportar cargas elevadas de forma repetitiva.
As estratégias para fortalecer a coifa dos rotadores – que incluem os músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, sub-escapular e rendondo menor, bem como os músculos escapulo-torácicos – passam por selecionar exercícios de alongamento de modo a reduzir os fatores de risco mais comuns associados a este tipo de lesões.
Lesões no ombro: como prevenir
Neste sentido, e como forma de prevenir lesões no ombro, partilhamos alguns indicadores sobre a execução de exercícios que o poderão ajudar no treino de ombro e na prevenção de futuras lesões do mesmo:
- Press de ombro – na execução deste exercício, a percentagem de lesões no ombro é superior para quem direciona a barra à nuca (16,7%) e inferior para quem direciona a barra à frente (12,9%).
- Elevação lateral e frontal – na execução de ambas as variações dos exercícios, a percentagem de lesões no ombro é inferior para quem sobe os braços acima de 90º (3,3%) e superior para quem sobe os braços não acima de 90º (13,7%).
- Remada alta – para quem executa este exercício, a percentagem de lesões no ombro é superior em quem sobe os cotovelos acima da linha do ombro (17,6%) e inferior em quem não sobe os cotovelos acima da linha do ombro (10,5%).
- Supino plano – a percentagem de lesões no ombro é superior em quem toca com a barra no peito (16,9%) e inferior em quem não toca com a barra no peito (10,4%).
- Puxada dorsal – naqueles que executam o exercício puxador dorsal, a percentagem de lesões no ombro é superior em quem direciona a barra à nuca (30,8%) e inferior em quem direciona a barra à frente (10,9%).
Bons treinos e sempre em segurança!
Gonçalo Costa, Personal Trainer – Solinca Light Saldanha
Este artigo teve a colaboração da SOLINCA
Este artigo teve a colaboração da SOLINCA
Bibliografia
Santos, D. (2022). Lesões no ombro em praticantes de treino de força, Tese de Mestrado, ULHT.
Autor
À Roda da Alimentação