Insuficiência renal: dieta recomendada

Por À Roda da Alimentação

Os hábitos alimentares podem ter influência na prevenção e/ou progressão de algumas doenças, incluindo as doenças renais.

Os rins possuem funções insubstituíveis no funcionamento do organismo. Eliminam resíduos, ajudam no controlo dos fluidos corporais e da pressão arterial, participam na síntese e na regulação hormonal, e têm um papel muito importante no metabolismo dos nutrientes, entre outras funções.

As doenças renais afetam milhares de pessoas em todo o mundo, nomeadamente a doença renal crónica, que atinge mais de 800 mil portugueses, 14 mil destes, atualmente, dependentes de diálise.

Doença renal e estilo de vida

O estilo de vida menos saudável, associado ao sedentarismo e a maus hábitos alimentares, pode estar associado à origem desta doença que tem, essencialmente, três grandes fatores de risco: diabetes mellitus, obesidade e hipertensão arterial.

Além da medicação adequada, um plano alimentar ajustado a cada caso pode ajudar a controlar a pressão arterial e a diminuir a acumulação de substâncias, como a ureia, o fósforo ou o potássio, que os rins afetados não conseguem eliminar com eficácia.

Logo que é diagnosticada a doença renal, é importante consultar um nutricionista para obter um plano alimentar, de acordo com a condição específica do paciente, que vai variando ao longo do tempo. Contudo, existem algumas precauções mais genéricas indispensáveis para todos.

Doença renal e alimentação

Tratando-se de uma condição que dificulta o ‘processamento/eliminação’ de alguns nutrientes, é muito importante manter hábitos alimentares saudáveis, como por exemplo:

  • Reduzindo a ingestão de sal, de gordura saturada e de colesterol;
  • Mantendo uma boa hidratação e adequando a ingestão energética;
  • Mantendo uma atividade física regular e um peso adequado;
  • Com uma alimentação adaptada e o correto controlo da glicemia sanguínea serão fundamentais no caso dos diabéticos.
Insuficiência renal: Dieta recomendada

Se quiser reduzir o teor de potássio nos alimentos, pode sempre optar pela respetiva fervura ou imersão (demolha). Os alimentos com casca (ou pele) devem ser descascados antes de serem cortados e demolhados. Depois, deverão ficar de molho em água abundante, à temperatura ambiente ou morna, durante 24 horas.

Num quadro clínico de doença que inclua pressão arterial alta, deve reduzir-se o mais possível a ingestão de sal (sódio) e evitar totalmente os enchidos e as conservas com adição de sal e gorduras.

Alimentação e hipertensão arterial

A quantidade de líquidos recomendada para quem sofre de doença renal também deve ser monitorizada, e varia em função do volume diário da urina eliminada – quando é muita, é necessário aumentar a ingestão de água; quando é pouca, deve diminuir-se o consumo de líquidos.

Com o intuito de minimizar a acumulação de resíduos tóxicos, é igualmente importante controlar a ingestão de proteínas (por exemplo, carne, pescado, leguminosas, ovo), pois o consumo excessivo pode sobrecarregar os rins, favorecendo a ocorrência dos sintomas da doença.

No tratamento da hemodiálise, a capacidade de remoção das toxinas (ureia, fósforo, potássio, entre outras) e do excesso de líquidos não é igual à dos rins, sendo necessários cuidados alimentares específicos que fazem parte importante do tratamento.

Neste caso é necessário um aporte de proteína e energia para compensar o aumento das necessidades associadas à doença e ao tratamento, e para reduzir o risco de desnutrição proteico-energética.

Minerais, vitaminas, proteinas, lípidos (ou gorduras) e hidratos de carbono… O delicado equilíbrio destes nutrientes no organismo é, de facto, muito importante para garantir a qualidade de vida de quem sofre de doença renal. E, especialmente nestes casos, é indispensável um acompanhamento nutricional especializado.

Prevenção da doença renal crónica e a dieta mediterrânica

A dieta mediterrânica poderá ser um bom aliado na prevenção de muitas das condições, como o excesso de peso/obesidade, a hipertensão arterial, a diabetes e a dislipidemia que são fatores de risco para o desenvolvimento da Doença Renal Crónica.

Este padrão alimentar é caracterizado por:

  • Elevado consumo de vegetais, leguminosas, fruta, sementes e oleaginosas, cereais e azeite;
  • Consumo frequente de peixe e moderado a reduzido de produtos lácteos;
  • Consumo reduzido ou menos frequente de gordura saturada e de carne; e por fim por um consumo regular, mas reduzido, de vinho tinto.

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À Roda da Alimentação